domingo, 9 de setembro de 2012

MAIS UM SETE DE SETEMBRO


Um dos primeiros feriadões do segundo semestre chegou. É o início dos meses em que temos feriados, feriadões e o fim do ano se aproxima!

A famosa Semana da Pátria, esse ano, veio mais tímida, pouco se ouviu e viu; poucas fitinhas verde-amarelas estavam nas antenas dos carros ou no peito das pessoas. só nas escolas que a "hora cívica" parece funcionar.
Você lembra dessas atividades na sua época de escola?

Eu recordo que quando estava no colégio a gente tinha que fazer uma série de ensaios para o tal Desfile Militar e cantar o Hino Nacional na semana antes do dia sete. 
Mas era um "saco” aquilo. Ficar no pátio da escola, ensaiando, marchando, coreografando em baixo do sol quente, suando a camiseta e na realidade não entendo muito o objetivo de tudo aquilo.

Mas lá íamos e no dia do tal desfile estávamos bem arrumadinhos, penteados, uniforme impecável para sermos vistos por muitas pessoas, que no feriado saem às ruas para ver a famosa Parada Militar!

E era um alvoroço, escolas de todos os lados, militares, bandas marciais, pompons verde-amarelos, gente e mais gente nas ruas.

Mas para quê tudo aquilo? Essa era a década de 70, ainda na ditadura militar e, evidente, estávamos lá para enaltecer o comando militar. As cores patrióticas tinham o significado da tortura, do medo e da falta de liberdade de um povo.

O pior de tudo isso é que usavam as crianças e os jovens. E nós, inocentes que éramos, cantávamos a todo o momento:  "Marcha soldado cabeça de papel, se não marchar direito vai preso pro quartel" (e não nos dávamos conta e até hoje muita gente canta sem ver o que realmente está por baixo dessa singela letra).  

Cantávamos também o “Eu te amo meu Brasil, eu te amo. Meu coração é verde, amarelo, branco e azul anil." 
Música de resistência, de rebeldia ou adoração disfarçada à ditadura também?

Agora escrevendo, me deu saudades da peça Bailei na Curva. Ela mostra muito bem essa realidade e as transformações que vamos passando.

E eu, bem mequetrefe que sou, fiquei pensando:

Como hoje os jovens vêem o dia da Independência do Brasil?

Se não temos mais (ainda bem) a tal matéria Moral e Cívica? O que realmente cada um desses jovens acham de seu país?

Além da juventude, que hoje já vota aos 16 anos, qual a sua relação com o Brasil?

Será que realmente amamos nosso país?

Qual o significado dessa data? Será um dia de comemorar as grandes mudanças que temos? O regime democrático e o poder de decidir o rumo do país nas eleições?

Temos noção disso tudo? O que é ser brasileiro? 

Ou o 07 de setembro é só mais um feriado para ficar em casa de pijama o dia todo?

Ou a data foi pra vermos as moças peladas protestando ou a Dilma beijando o neto?

Vale pensar...
É isso!

domingo, 2 de setembro de 2012

Setembro chegou!

Resolvi reeditar esse meu texto, principalmente porque quando o mês de setembro chega, dá uma vontade de cantar essa música:

“Eu quero sair, eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar,
Nas manhãs de setembro...”

Pois bem, a música cantada por Vanusa fez parte de minha infância, está na minha memória afetiva. E desde àquela época ficava imaginado como seria viver essa música, na prática.

E eu, bem mequetrefe que sou fiquei pensando:

Realmente tirar da letra o proposto pela cantora e sair por aí, nas manhãs de setembro, cantando e agindo dessa maneira com as pessoas, como será?

Já se imaginou fazendo isso?
Bom, você pode ser comparado com aquela guria do musical HairSpray, cantando e correndo, dizendo feliz e alegre – good morning Baltimore!!!
(E cuida que ela canta, corre, faz piruetas e não fica ofegante; chega bela e arrumada ao seu destino).

Mas voltando à Vanusa. Vamos lá. Como a letra da música diz, deixa seu mundo, sua individualidade, sua solidão convicta e se solte, vamos exercitar nossa imaginação:

Amanhã, segunda-feira, uma típica manhã de setembro, você sai de casa para trabalhar e a cada vizinho que encontra dá um lindo bom dia, com um belo sorriso e um abraço, pra lá de apertado.

Depois, no ponto de ônibus (super lotado), você começa a cantar e querer que todos cantem junto, afinal você vai ensinar o vizinho a cantar nas manhãs de setembro!

No busão lotado, você em pé com mais uma galera se amassando, começa novamente com a matinal musiquinha feliz e primaveril.
Sim, porque setembro é o mês da pátria, do gaúcho, da árvore e da primavera!

O mês onde as flores começam a desabrochar, as crisálidas, a virarem borboletas e você, lá na lata de sardinhas móvel, tem que externar toda essa alegria aos seus irmãos de coletivo.
 E claro, na sua concepção, todos começam a cantar a plenos pulmões. O empurra-empurra dá lugar a abraços gentis e fraternos; por favor e com licença são cantados e não aos berros (quando são dados); cheiro de suor e bafo se desfazem em perfume de lavanda ou jasimim; o ar viciado (porque as janelas estão todas fechadas) dá lugar a um frescor só; e todos cantam "As Manhãs de Setembro".

Imaginou?
 
Não quero ser pessimista, mas isso, dessa forma, não acontece. É muito utópico.
Não to aqui também querendo dizer que a gente sai correndo de casa, atrasado, pega bus lotado e quase todo mundo está com fone nos ouvidos, isolado no seu mundinho; e quem sai de carro, geralmente pega congestionamento e o que menos faz é cantar.

Sendo um pouco mais realista deixo aqui uma dica para que possamos tentar vivenciar a musiquinha da amiga Vanusa;
Saia de casa, dê bom dia pros vizinhos, se eles estiverem no elevador, no sagiuão do prédio ou no portão;
Na sequencia coloque uma musiquinha (no carro ou no seu tocador de músicas preferido);
Se for possível, ofereça uma carona solidaria, tente não se estressar com os colegas do busão ou com os engarrafamentos.
Pode funcionar sim!

É um Good Mornig Porto Alegre, ou a cidade que você estiver, mas acima de tudo é um bom dia à vida!
É isso!

Leia mais:
http://letras.terra.com.br/vanusa/67525/
http://www.kidstube.com/play.php?vid=2473
http://www.pleasedancewithme.com/hairspray.htm
http://coisasimplesepequenas.blogspot.com/2009/09/manhas-de-setembro.html
http://quadrinhosxquadrinhos.blogspot.com/2010/06/as-borboletas-do-jardim-da-saudade.html