quarta-feira, 10 de abril de 2013

Se vive de amor?

Era uma terça-feira, final da tarde. O anoitecer começava a tomar conta das ruas da capital gaúcha.
Em meio aos carros, caminhões e ônibus que circulavam nas proximidades do centro da cidade, no congestionamento, estava eu perto da Estação Rodoviária.
Trancado dentro do carro, o para e anda dos veículos deixava tudo lento, monótono e por vezes sonolento.
Mas algo diferente acontece em meio a isso tudo.
Pertinho da antiga Vila dos Papeleiros, hoje chamado de Loteamento Santa Terezinha (hehehe, a Igreja se adona dos pobres... disputa ferrenha entre a catolicos e as evangelicos).

Bom, mas voltando, estava ali na Rua Voluntários da Pátria, diminuindo a velocidade por chegar perto de um controlador, o vulgo pardal.

Nesse momento tive que parar o carro e a cena se desenrolou, digna de filme.

Um reciclador com seu carrinho de catar resíduos sólidos, encontra uma outra recicladora que vinha em sentido oposto.
Eles param, se beijam na boca. (Tempo suficiente para a motorista nervosinha que estava atras de mim, me buzinar!)
Depois do beijo, ela se dirige para a Vila e ele segue para a rua.
Saem faceiros.
Ele passou perto de mim e pude ver o grande grande sorriso no seu rosto.
Era um homem apaixonado...

E eu, bem mequetrefe que sou, fiquei desde então pensando:

O amor existe!
Mas será que vive-se só de amor?
O amor enche barriga?

Naqueles poucos segundos que olhei o jovem casal, sim eles eram bem garotos, percebi que para eles o tempo tinha estancado. Os segundos do beijo foram minutos de amor.
O  casal ficou uma fração  de suas vidas ali, parados, um olhando o outro. Seus olhos diziam tudo, sem a boca dizer nada.
Para eles, com certeza, a expressão "viver só de amor" deve ser a pura realidade.

Fui para o meu destino imaginando que casa eles moram na Vila; como vivem; se eles moram juntos; se tem filhos; o que tem em casa; conforto? mobília?
Mas o pensamento que não me deixava quieto era: eles precisam de muito pouco, financeiramente, para serem felizes.

Não quero aqui ser hipocrita, piegas ou algo assim. Mas os dois me emocionaram.
Ver uma cena de amor singela e humilde.
Eles não precisaram de jantares, flores, presentes caros, joias, motel com banheira ou cadeira erótica, carro, perfume, roupa limpa e cabelo bem cortado para impressionar seu par.

Não, só precisaram de amor!

Meus caros, uma imgem que lembrarei por tempos. Um exemplo de que pode-se viver de amor!

É isso!

leia mais:
http://discordamos.blogspot.com.br/2012/07/um-relacionamento-sobrevive-sem.html
http://trilhasemfronteiras.blogspot.com.br/2007/06/amar.html
http://larimoura.tumblr.com/post/812523098/viva-da-melhor-maneira-possivel-com-ou-sem-um

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