quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A DOR DAS PERDAS

Quando éramos pequenos, os adultos nos diziam:

“quando casar sara!”

“vão-se os anéis e ficam os dedos!”

“dê tempo ao tempo!”

Frases que ouvíamos e muitas vezes não entendíamos direito. E as formas de perdas, de ficarmos sem algo ou alguém vão mudando conforme o tal tempo vai passando...

... desde o nascimento temos que lidar com a dor da separação, de perder aquele espaço gostoso (dizem os médicos), mas alguém lembra como era lá no ventre materno? Enfim, continuemos acreditando que lá era bom e a primeira perda é desse local: a barriga de nossa mãe. Depois as perdas vão só se alterando. Ter que abandonar a mamadeira,a fralda e a chupeta é um conjunto de perdas grandiosos. Deixar de brincar com nossos amiguinhos invisíveis também é ruim. Parar de acreditar no Papai Noel, no Coelho da Páscoa, na Fada do Dente e que meu pai não é um Super Homem é de “última categoria”.
Tem sempre algo que ficamos sem, o primeiro amor, a primeira professora são sensações duras de suportar. Parece que o mundo vai acabar.
Mas ele não acaba e depois a gente continua a andar e vai ganhando e perdendo, perdendo e ganhando. Em tudo!
Nos estudos, nas provas, nos amores, nos trabalhos... Revoltamos-nos quando somos assaltados. Uma dor de indignação e impotência, pois nos tiram à força coisas que gostamos, que compramos, que suamos a camisa para adquirir ou que ganhamos de alguém especial.
Tem também a dor de uma separação amorosa, aquele buraco que se faz embaixo de nós, ou o céu que desaba na nossa cabeça. A fossa, a dor de cotovelo, a vontade de sumir, de se trancar e não ver mais a luz do sol. Comemos demasiadamente ou nem podemos olhar comida. Choramos, choramos, choramos e um belo dia: abrimos a janela, vemos o dia lindo lá fora e seguimos em frente. Afinal, quem perdeu a nossa companhia foi ele ou ela!
Pra terminar, tem a dor amarga, dura, cruel, ríspida e implacável da morte. Essa dor que não nos acostumamos, que sentimos ferir o coração e a alma. A perda de um ente querido nem o tempo consegue apagar.
E o tal tempo vai passando, a gente cresce, amadurece  compreende, ou não, a dor que a perda nos traz!
É isso!

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