quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As diversas infâncias


Você já parou para se perguntar como está sendo a infância de seu filho ou filha?
Seguido recebemos e-mails onde revivemos o nosso passado infantil. Coisa do tipo: “Na sua época não tinha celular, videogame e se brincava de roda, esconde-esconde e pega-pega; antigamente, se corria solto nas ruas, não se higienizava as mãos a toda hora com álcool gel e um mertiolate era suficiente para tratar um tombo de bicicleta; ou ainda – se comia gordura trans, suco com um monte de corante e ninguém sofria de tantas moléstias”. Bom por aí vai o rosário de velhos métodos e saudosismos.
Mas era o certo?
E hoje, o quê é o certo?
Será que realmente todas as crianças do século XXI vivem presas em casa, em frente ao computador, videogame e msn?
Todas vão a shoppings, têm celular e plano de saúde?
Vamos ser mais realistas:
Todas as crianças têm casa, comida e roupa lavada?
Vão à escola, brincam e sonham?
Não quero dar nenhuma lição de moral, mas fiquei realmente pensando nisso tudo. Pois acompanho os mais variados tipos de infância, quer na minha família ou no trabalho. E vejo que temos todas as realidades, com justiças e injustiças sociais. Crianças com medo de viver a vida, embora seus pais dêem tudo que o dinheiro pode comprar. Outras sem tantas posses, mas vivendo de forma digna. E infelizmente, crianças sem praticamente nada, sobrevivendo...
Não quero entrar em ideologias partidárias, quero somente externar o que me chamou atenção hoje, quando vi crianças pobres, empinando pipa no meio da rua, mas com um belo sorriso no rosto.
E fiquei, bem mequetrefe que sou, me questionando:
O que fazemos para nossos filhos, sobrinhos e netos é suficiente ou demais?
É isso!

Um comentário:

  1. Casa-escola-shopping-espaços kids-casa, neste roteiro enfadonho e estressante, nossos filhos sobrevivem.Sem nada de especial para ver ou contar, sem a beleza das pequenas coisas, eles vão crescendo e tornando-se adultos. Engessados em rotinas urbanas cada vez mais limitadas e fechadas, nossas crianças são pequenos adultos desde muito novas.A foto querido amigo e colega representa minha infância, na rua, só de calcinha, sem problemas com pudores ou pedófilos à espreita, sem celular (mãe vou em tal lugar)- Tá bem minha filha, mas não volta tarde. Era um roteiro pela vizinhança,com a velha "monareta" (perdõem os mais novos, mas este brinquedo pertenceu a uma geração)as bonecas de papel, as brincadeiras no barro, em meio a natureza.
    ainda bem que as cidades grandes ainda preservam espaços com natureza abundante, animais soltos, onde podemos desfrutar de belos momentos com os filhos -sem neuras, deixando-as livres por horas e ver as mais simples manifestações, como uma tartaruga se alimentando ou nadando, peixes amontoados em busca de pedaço de pão, um mar de folhas secas, galhos para molhar a ponta ou movimentar a água da lagoa,respingando água na roupa, algodoeiras devolvendo ao solo a sua plumagem e formando uma paisagem que parece de sonho. São tantas as manifestações que fazem daqueles pequenos momentos tão gratificantes. Fiz este passeio com meu filho Pedro e ficamos exaustos de tanta beleza e pureza. Foi uma canseira gratificante e reconfortante. Ele sequer queria ir embora, mas com o adiantar das horas, e a cobrança do tempo e dos compromissos, deixamos o local, mas com a promessa de retornar e trazer o Breno junto.

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